Yo *--*
O segundo post do blog será uma fanfic "one-shot" (capítulo único) do jogo Amor Doce, do qual falarei em um post separado.
Essa é uma fanfic Docete x Kentin bem triste, então não digam que não avisei u_u
Boa leitura >u<
"O amor pode mudar uma pessoa.
Minha vida era simples mas, depois que nos reaproximamos, me odiei por ser doente. Era meu último ano na escola e eu descobri que tinha câncer no começo de fevereiro. Foi um choque para mim saber que só tinha seis meses de vida, mas, com o tempo, fui aceitando o meu destino. Decidi não lutar em vão pela minha vida, ou seja, não queria fazer quimioterapia e sofrer sem resultado, já que eu estava desenganada.
Como eu havia me mudado, todos eram desconhecidos para mim na nova escola e desejei que ficasse assim, pois não queria sofrer por ninguém quando eu partisse.
A Sweet Amoris era famosa por ser uma escola rígida e era isso que eu procurava. Nesses meus últimos meses, eu só queria estudar e morrer inteligente, pelo menos, já que eu não levaria nada.
Ao adentrar os portões da antiga construção, pude notar que os alunos não usavam uniforme, o que era um alívio. A fachada era branca com detalhes em dourado. Era até bonita.
Fui diretamente para a diretoria e uma senhora me disse para procurar o representante. A diretora havia me explicado o caminho para a sala do grêmio e, como minha memória é ótima, acertei de primeira. O pequeno espaço era uma bagunça e tinha uma única pessoa. Já imaginei que deveria ser o representante.
-Olá, vim aqui à pedido da diretora. Ela disse que você me explicaria as regras guiaria até a minha sala. - Disse.
-Ah, oi. Me chamo Nathaniel. Só espere um segundo, tenho que organizar algumas coisas - Ele parecia atordoado com a minha presença.
Depois de arrumar alguns papéis e ditar algumas regras básicas, Nathaniel me levou até a minha sala. O espaço era amplo, parecia sala de faculdade. Me sentei na primeira carteira e esperei o professor entrar. A aula estava sendo tranquila, até que um garoto de olhos verdes deu um encontrão na porta e entrou com tudo.
-O que está fazendo, rapaz? -Gritou o professor. - Não vê que estamos no meio da aula?
-Desculpe, professor. É que eu perdi o ônibus e cheguei atrasado. Posso entrar? -Disse o garoto, ofegante.
-Sente-se logo. E não atrapalhe mais a aula!
O estranho procurou um lugar e se sentou atrás de mim. Eu achei que ia passar o resto da aula sem interrupções, mas me assustei ao sentir um cutucão em meu ombro.
-O que foi? - sussurei, rabujenta.
- Oi, Kanade! -Disse ele, entusiasmado.
-Como você sabe o meu nome?
-Sou eu, o Ken.. quer dizer, Kentin.
-Ken? - Soltei um grito e o professor me olhou com uma expressão de irritação.
Ken era o meu melhor amigo grudento. Antes de ir para a escola militar, ele se declarou para mim.
-Você tá diferente, Ken. - Eu estava impressionada com sua mudança.
-Me chame de Kentin. É, eu mudei bastante depois que fui para a escola militar. Você também está mais bonita. - Disse ele, aparentemente envergonhado.
-Obrigada.- Eu sempre fui indiferente quando alguém me elogiava. Acho que era um pouco tímida, afinal.
-Vamos nos encontrar no café aqui em frente depois da aula? Temos muito o que conversar. - Kentin parecia entusiasmado.
-Sem problema. Agora você pode me deixar assistir a aula?
-C-claro, desculpe.
Eu era meio cruel com ele mas meus motivos eram claros: Eu não queria mais me aproximar de ninguém.
Fomos para o tal café. Kentin pediu biscoitos e eu pedi um americano.
-Sobre o que você queria conversar comigo? - Eu fitava o café à minha frente, fazendo círculos com o indicador na borda da xícara.
-Bem, é sobre o que eu te disse antes de ir embora. Você se lembra? - Seu rosto estava completamente vermelho.
-Como não lembrar? Foi o dia mais vergonhoso da minha vida. -Nesse dia, Ken subiu na mesa do refeitório e começou a cantar uma música sem sentido que ele mesmo tinha escrito.
-Eu sei que foi ridículo, mas eu era criança na época e não aguentava mais esconder o que eu sentia por você, enfim, não é exatamente disso que vim falar... - Ele respirou fundo e prossegiu. - Depois que eu cantei a música, eu te perguntei algo.. você já sabe a resposta?
No dia da declaração, a diretora apareceu para tirar Kentin de cima da mesa e ele me perguntou se eu queria ser sua namorada. Não época, minha única resposta foi "Vou pensar", quando na verdade eu queria ter dito "sim, eu adoraria ser sua namorada". Ken foi o meu primeiro amor.
-Não, definitivamente eu não quero ser sua namorada! - Eu não queria sofrer e odiar o meu destino. Eu nunca poderia ter um relacionamento igual as garotas da minha idade. Eu morreria em seis meses.
-Entendo.. Bom, obrigado por me fazer companhia hoje. - O garoto se levantou e foi embora, deixando os biscoitos para trás.
Kentin amava biscoitos e nunca os largaria sem ao menos dar uma mordida. Ele devia estar realmente magoado e pensar nisso fez meu coração doer.
Fui para casa. Não estava me sentindo bem. Me deitei na cama e deixei meus pensamentos tomarem conta de mim. Kentin não era o mesmo, isso era um fato, mas, aparentemente, seus sentimentos não mudaram e isso me deixava triste. Não queria magoá-lo, mas foi preciso.
Quando o dia amanheceu, fiz minha higiene e fui para a escola sem tomar café. Eu estava enjoada e não queria colocar nada na boca para depois devolver. Me sentei na cadeira e esperei Kentin chegar para, pelo menos, pedir desculpa por ter sido rude no dia anterior. O garoto chegou atrasado novamente e se sentou sem olhar para mim. Ele estava bravo. Quando o sinal bateu anunciando o intervalo, me virei e o encarei.
-Posso falar com você? - Disse, de repente.
-Não tenho nada pra falar com você. - Sua expressão era indecifrável.
-Ah, tem sim! - Agarrei o colarinho da camisa de Kentin e o arrastei para um lugar isolado. - Vê se cresce, garoto! Você continua o mesmo criança de sempre, só mudou a aparência -Ele não disse nada. - Eu queria me desculpar por ontem. Fui grossa e não respeitei seus sentimentos.. A verdade é que eu não posso ser sua namorada... - Uma expressão triste tomou conta do meu rosto.
-Por que você não pode? Não me venha com a desculpa de que você só me vê como amigo porque essa já é velha..
-Eu vou morrer em seis meses, Kentin! Não quero sofrer por ninguém quando eu partir. - Gritei, já chorando.
- V-você tá brincando, né? Olha, se quiser me dar o fora, faça. Só não brinque com isso.
-É verdade.. Eu pretendia aceitar ser sua namorada na época que você me pediu, mas agora.. a situação é bem diferente.
-E como sempre você está sendo egoísta. Em nenhum momento passou pela sua cabeça que eu poderia te apoiar até o dia chegar? - Ele deu um soco na parede. - VOCÊ NÃO QUER NINGUÉM AO SEU LADO POR MEDO DO SEU SOFRIMENTO, MAS.. E EU? TENHO QUE SOFRER POR VOCÊ?
-Daria na mesma. Você vai sofrer quando eu partir..
-Isso não cabe à você escolher. -Disse Kentin mais calmo.
Fiquei quieta. Ele tinha razão, eu só pensei em mim. Me virei para sair dali mas Kentin segurou minha mão.
-Eu.. eu quero ficar do seu lado até o dia chegar. - O encarei. Ele estava sendo sincero.
Por um momento, deixei minha doença de lado e dei o beijo mais apaixonado de minha vida. Kentin retribuiu.
-Eu não quero deixar você sozinha nessa, minha pequena. - O abracei e chorei. Naquele momento, o medo da morte tomou conta de mim. - Eu te amo e, mesmo que você não esteja aqui, eu vou te amar. Para sempre.
Depois de cinco meses, eu já estava magra e o câncer já havia tomado conta de mim. Tudo o que eu comia, vomitava. Kentin esteve ao meu lado nos meus últimos momentos.
-K-Kentin, eu quero que saiba que.. eu te amo e sempre te amei.. -Eu já estava fraca e sentia que minha hora estava chegando.
-Eu também te amo, Kanade. Agora, por favor, descanse. Eu vou pra casa e volto mais tarde. -Pude ver lágrimas nos olhos do meu amor.
-Não vá. Você disse que ficaria comigo nos meus últimos momentos...
Kentin desabou. Ele chorava igual uma criança em meu colo. Me levantei, o abracei e dei meu último beijo. Depois disso, não pude mais aguentar. Minha vida acabou ali, nos braços do meu grande amor.
"Our love is like the wind... I can't see it, but I sure can feel it."
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